sábado, 8 de outubro de 2011

Liberdade Religiosa


Roger Willians, um dos primeiros peregrinos a defender a liberdade religiosa no Novo Mundo, disse certa vez:
            “É uma violação aos direitos naturais obrigar homens de credos diferentes a se unirem em adoração; arrastar ao culto público os irreligiosos e os que não queiram; isso se assemelha a exigir hipocrisia. Ninguém devia ser obrigado a prestar culto, ou a custear um culto, contra sua vontade”.
Esse pensamento me lembrou a necessidade de se preservar o direto a liberdade religiosa e as implicações de transgredi-la.

A liberdade religiosa tem um sentido mais amplo do que o defendido hoje. É mais que o direito a uma crença. Ela é a defesa dos direitos de liberdade quanto a religião, crença e consciência como direitos inalienáveis dos seres humanos, assegurando a liberdade de não seguir qualquer religião, ou mesmo de não ter opinião sobre a existência ou não de Deus.
Isso contrasta com a incoerência de alguns religiosos radicais, que, sob a bandeira da “Pregação do Evangelho”, coagem pessoas de credos variados a deixar seus costumes e ingressar em novos credos pré-estabelecidos.
Além de uma violação aos direitos naturais do individuo, o fruto desse acidente sociológico é a formação de uma identidade cristã distorcida e estereotipada. Cristãos que em seu modo de vestir, falar e até nos vícios de linguagem são o que aprenderam ser imitando outros cristãos. Foram convencidos a deixar seu antigo modo de vida e seguir um novo. Convencidos, não convertidos.

Não tem Cristo como seu modelo e alvo de desenvolvimento, simplesmente porque não conheceram a Cristo. Conheceram cristãos mais preocupados com a pregação de um novo modo de vida (Bíblia) do que com a motivação para esse novo modo de vida (Jesus).
Aceitação do Cristianismo não deve ser forçada ou imposta. O ideal é que seja um processo natural e gradativo. Cada verdade bíblica acolhida à medida que o entendimento permite, segundo o “direito a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.” ( Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigo 18).
Só assim o verdadeiro cristianismo será desenvolvido: A partir do conhecimento de Deus através da contemplação do exemplo e sacrifício de Jesus. A partir da observação do amor e cuidado de Deus por nós. É daí que nasce o desejo de resposta a esse amor, que pode ser negativo, se o individuo assim o escolher. A busca ou não por corresponder ao amor de Deus andando nas pegadas de Cristo.
É nesse caminho que as verdades bíblicas são acolhidas (e não engolidas). Esse caminho se chama Cristianismo. E deve permanecer livre.
Se não for voluntário, de maneira nenhuma será verdadeiro.

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