Roger Willians, um dos primeiros peregrinos a defender a
liberdade religiosa no Novo Mundo, disse certa vez:
“É
uma violação aos direitos naturais obrigar homens de credos diferentes a se
unirem em adoração; arrastar ao culto público os irreligiosos e os que não
queiram; isso se assemelha a exigir hipocrisia. Ninguém devia ser obrigado a
prestar culto, ou a custear um culto, contra sua vontade”.
Esse pensamento me lembrou a
necessidade de se preservar o direto a liberdade religiosa e as implicações de
transgredi-la.
A liberdade religiosa tem um sentido mais amplo do que o defendido hoje. É mais que o direito a uma crença. Ela é a defesa dos direitos de liberdade quanto a religião, crença e consciência como direitos inalienáveis dos seres humanos, assegurando a liberdade de não seguir qualquer religião, ou mesmo de não ter opinião sobre a existência ou não de Deus.
Isso contrasta com a incoerência
de alguns religiosos radicais, que, sob a bandeira da “Pregação do Evangelho”,
coagem pessoas de credos variados a deixar seus costumes e ingressar em novos
credos pré-estabelecidos.
Além de uma violação aos direitos
naturais do individuo, o fruto desse acidente sociológico é a formação de uma
identidade cristã distorcida e estereotipada. Cristãos que em seu modo de
vestir, falar e até nos vícios de linguagem são o que aprenderam ser imitando
outros cristãos. Foram convencidos a deixar seu antigo modo de vida e seguir um
novo. Convencidos, não convertidos.
Não tem Cristo como seu modelo e
alvo de desenvolvimento, simplesmente porque não conheceram a Cristo.
Conheceram cristãos mais preocupados com a pregação de um novo modo de vida
(Bíblia) do que com a motivação para esse novo modo de vida (Jesus).
Aceitação do Cristianismo não
deve ser forçada ou imposta. O ideal é que seja um processo natural e
gradativo. Cada verdade bíblica acolhida à medida que o entendimento permite,
segundo o “direito a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.” (
Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigo 18).
Só assim o verdadeiro
cristianismo será desenvolvido: A partir do conhecimento de Deus através da
contemplação do exemplo e sacrifício de Jesus. A partir da observação do amor e
cuidado de Deus por nós. É daí que nasce o desejo de resposta a esse amor, que
pode ser negativo, se o individuo assim o escolher. A busca ou não por
corresponder ao amor de Deus andando nas pegadas de Cristo.
É nesse caminho que as verdades
bíblicas são acolhidas (e não engolidas). Esse caminho se chama Cristianismo. E
deve permanecer livre.
Se não for voluntário, de maneira
nenhuma será verdadeiro.
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